O Templo de Afrodite

O Templo de Afrodite

Essa deusa temperamental, fogosa, linda, louca e amorosa 

Guarda os segredos mais profundos

Da arte de se habitar um corpo com seios, ventre e vagina

Lugar de aprendizados pra toda mulher, pra toda menina! 

As pessoas quando perdidas, sem graça, sem vida

Vão até lá, depositar orações e oferendas em seu altar.

E a sua sacerdotisa, a prostituta sagrada

moça virgem iniciada, que sabe que seu corpo é sagrado

Que espiritualidade não tem nada a ver com religião

Que amor não tem a ver com dependência

Nem beleza com vaidade,

E muito menos sexo com sacanagem

Ela experimenta o amor em sua essência transcendental

O que só é possível porque antes do Outro aparecer

Ela reconheceu seu corpo e seu próprio prazer. 

O homem comum, cansado da vida, cheio de feridas,

Descrente do amor, que perdeu o gosto pela vida

Sabe que só Afrodite pode lhe acordar o apetite!

A sacerdotisa, mocinha iniciada,

Recebe esse Estranho, numa alcova escondida

Entoa cantos enquanto o banha com devoção

E lhe conta que está ali pra cumprir a lei da terra

A lei do coração

Depois dança com olhos fogosos e corpo acelerado

Mostrando ao homem seu desejo inebriado

Ele, bem tratado com amor e cuidado

Tem sua alma machucada, curada… 

Seus nomes e identidades não importam, ninguém sabe.

Vale promover a troca, a reunião

Do que parece oposto mas é o avesso da mesma porção

Iniciada na beleza de seu corpo e de sua sexualidade

A sacerdotisa perde a virgindade!

Ritual transformador

A mulher foi admirada, acolhida, amada

E sua verdadeira natureza despertada!

O Estranho compreendeu a imagem da sacerdotisa

E acolheu em si as qualidades da natureza feminina

Honraram, dentro e fora, masculino e feminino

E se libertaram pro amor divino!

Ela, agora mulher, está pronta pra escolher

O homem que bem quiser!

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